‘Um instrumento de Deus’: Trump conquista mais evangélicos nos EUA e, como Bolsonaro, faz aliança com pastores

Os republicanos de Iowa compareceram às urnas com força, no último dia 15 de janeiro, votando esmagadoramente nas primeiras primárias do país no ex-presidente Donald Trump.

O Caucus de Iowa confirmou pesquisas que mostram consistentemente que Trump mantinha uma vantagem confortável à frente dos demais adversários republicanos.

Antes das prévias, o governador da Flórida, Ron DeSantis, que disputa a indicação do partido para a disputa presidencial americana, afirmou repetidamente aos eleitores e à imprensa que havia visitado todos os 99 condados de Iowa. Apesar disso, Trump venceu 98 deles.

EVANGÉLICOS E TRUMP
A exemplo do que aconteceu no Brasil, com o ex-presidente Jair Bolsonaro, os evangélicos são responsáveis por parte considerável dos votos recebidos por Trump.

Desde 2016, o magnata, que já ocupou a Casa Branca, consolidou o apoio entre os eleitores cristãos evangélicos, um grupo-chave em Iowa.

Já agora, em 2024, os evangélicos representam 53% de seus apoiadores em Iowa.

Segundo o jornal The Guardian, o controverso apoio a um candidato acusado de crimes, duas vezes divorciado (a exemplo de Bolsonaro) e que não é particularmente religioso tem uma explicação: líderes do movimento evangélico fecharam um acordo com Trump. O mesmo aconteceu no Brasil, com Bolsonaro.

Em troca do apoio e endosso dos pastores evangélicos, Trump concederia a eles poder institucional na sua administração por meio de um conselho consultivo evangélico.

Assim, eles ajudariam a definir políticas sociais e fariam tudo o que pudessem para acabar com o direito legal ao aborto.

Os pastores, em troca, elaboraram uma mensagem que tornaria Trump mais palatável para os membros.

Para os evangélicos, “Trump não era um homem de Deus”, diz Anne Nelson, autora de Mídia, Dinheiro e o Centro Secreto da Direita Radical. “Ele era um instrumento de Deus, como o rei Ciro, o rei persa da Bíblia.”