Saiba como prevenir maus-tratos em idosos com Alzheimer e demência
Cuidar de idosos com Alzheimer e demência exige atenção, empatia e estratégias eficazes para garantir bem-estar e segurança. Paulo Henrique Silva Maia, doutor em saúde coletiva pela UFMG, destaca que a prevenção de maus-tratos nesse grupo vulnerável deve ser uma prioridade em qualquer ambiente de cuidado.
Neste artigo, você vai entender como identificar sinais de abuso, quais medidas adotar para evitar situações de risco e como promover um ambiente de acolhimento. Com informações relevantes, práticas e embasadas, este conteúdo visa conscientizar familiares, cuidadores e instituições sobre a importância da proteção dos idosos com doenças neurodegenerativas.
O que caracteriza maus-tratos em idosos com Alzheimer e demência?
Maus-tratos em idosos com Alzheimer e demência vão além da agressão física. Incluem negligência, abuso psicológico, financeiro e até institucional. A condição de dependência e a perda progressiva das capacidades cognitivas tornam esses idosos mais suscetíveis a abusos, principalmente quando não conseguem expressar o que sentem ou relatar situações desconfortáveis.
De acordo com Paulo Henrique Silva Maia, a identificação precoce é essencial para interromper o ciclo de violência. Sinais como medo excessivo, mudanças de comportamento, lesões inexplicáveis, perda de peso e isolamento social devem sempre ser levados a sério. A vigilância constante é uma das principais formas de proteção. Os sinais mais comuns incluem:
- Hematomas frequentes e sem justificativa plausível
- Dificuldade de locomoção sem explicação médica
- Mudanças repentinas no humor ou retraimento
- Falta de higiene, roupas sujas ou alimentação inadequada
- Indícios de exploração financeira, como movimentações bancárias incomuns
O olhar atento do cuidador e dos familiares é determinante para perceber essas alterações e agir rapidamente. Registrar qualquer comportamento ou ocorrência suspeita pode ser útil na hora de formalizar denúncias.

Veja com Paulo Henrique Silva Maia como identificar sinais de abuso e proteger pessoas com Alzheimer e demência.
Qual o papel da família na proteção do idoso com Alzheimer?
A família exerce papel crucial na proteção e bem-estar dos idosos com demência. Estar presente, acompanhar as rotinas, visitar com frequência e manter diálogo com os cuidadores ajuda a construir uma rede de apoio sólida e confiável. Além disso, é importante que os familiares conheçam os direitos do idoso e saibam como acionar os órgãos competentes em casos de suspeita de maus-tratos.
Existem canais oficiais como o Disque 100, onde é possível fazer denúncias anônimas. Paulo Henrique Silva Maia explica que o envolvimento familiar é um fator protetor decisivo. Quando a família participa ativamente do processo de cuidado, reduz-se o risco de negligência e violência.
Como as instituições podem garantir um cuidado seguro?
Instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) devem seguir rigorosamente as normas de segurança, higiene e bem-estar. A contratação de profissionais qualificados, com conhecimento sobre Alzheimer e demência, é essencial para assegurar um atendimento adequado. Práticas como monitoramento contínuo, avaliação periódica do estado de saúde dos residentes e apoio psicológico aos cuidadores contribuem para um ambiente saudável.
Conforme Paulo Henrique Silva Maia, investir em educação continuada e na ética do cuidado é a chave para reduzir riscos e promover a excelência no atendimento. Existem diversos recursos para auxiliar no cuidado de idosos com Alzheimer e demência, como:
- Grupos de apoio presenciais e online
- Programas de capacitação em instituições públicas e privadas
- Consultoria especializada em gestão do cuidado
- Serviços de psicologia e assistência social
- Materiais educativos sobre comportamento e comunicação
Por fim, Paulo Henrique Silva Maia frisa que a prevenção de maus-tratos em idosos com Alzheimer e demência exige compromisso, conhecimento e empatia. Todos – familiares, cuidadores, instituições e sociedade – têm um papel relevante na construção de um ambiente acolhedor e seguro. Seguindo as orientações corretas, é possível transformar o cuidado em uma experiência mais leve, respeitosa e digna. Se você cuida ou conhece alguém nessa condição, fique atento aos sinais e busque apoio profissional.
Autor: Oleg Vasilenko