Custódia e compliance ambiental: como garantir a integridade física e digital de ativos sustentáveis?

De acordo com Rodrigo Balassiano, a integridade dos ativos ambientais tornou-se um ponto central para empresas, governos e investidores em um cenário global de crescente valorização da sustentabilidade. Esses ativos, como áreas de preservação, créditos de carbono, recursos hídricos e dados ambientais, precisam ser protegidos tanto em sua forma física quanto digital. Assim, a custódia ambiental e o compliance surgem como ferramentas essenciais para assegurar a autenticidade, rastreabilidade e legalidade desses recursos. 

O que é a custódia ambiental e por que ela é importante?

A custódia ambiental refere-se à responsabilidade sobre a guarda e gestão de ativos ambientais, garantindo sua conservação e uso adequado. Isso inclui desde a manutenção de áreas protegidas até a preservação de registros digitais associados, como certificações, inventários e relatórios de impacto. Ao assegurar que esses bens estejam sob controle e monitoramento adequado, previnem-se fraudes, perdas e degradações ambientais.

A custódia também proporciona segurança jurídica e operacional. Rodrigo Balassiano explica que organizações que detêm ativos ambientais precisam demonstrar, com documentação sólida e processos transparentes, que estão em conformidade com a legislação ambiental. Desse modo elas reduzem riscos legais e reputacionais, além de contribuírem para cadeias produtivas mais responsáveis e conscientes. A custódia, portanto, vai muito além do armazenamento físico, é também uma prática estratégica.

Como garantir a integridade digital de ativos sustentáveis?

Com o avanço da digitalização, muitos ativos ambientais passaram a ser gerenciados por meio de plataformas digitais, o que exige soluções robustas de segurança da informação. A integridade digital desses ativos envolve proteger dados contra alterações indevidas, garantir seu acesso apenas por pessoas autorizadas e assegurar a confiabilidade dos registros ambientais. Tecnologias como blockchain, criptografia e protocolos de autenticação são aliadas fundamentais nesse processo.

Rodrigo Balassiano discute estratégias para garantir a integridade física e digital na custódia de ativos sustentáveis.

A rastreabilidade digital também desempenha papel central. Um sistema bem estruturado permite o acompanhamento do ciclo de vida do ativo, desde sua origem até seu uso ou compensação ambiental. Rodrigo Balassiano frisa que essa transparência não apenas facilita auditorias e verificações, como também promove confiança entre stakeholders. Sem integridade digital, a credibilidade dos ativos sustentáveis é facilmente comprometida, o que pode inviabilizar projetos e comprometer investimentos.

Quais são os pilares do compliance ambiental eficaz?

O compliance ambiental é o conjunto de práticas adotadas por organizações para assegurar que suas atividades estejam em conformidade com normas e regulamentos ambientais. Um programa eficaz se apoia em três pilares: governança, monitoramento e capacitação. A governança estabelece responsabilidades claras, políticas internas e códigos de conduta voltados à sustentabilidade. Já o monitoramento envolve auditorias internas, indicadores de desempenho e sistemas de alerta para riscos ambientais.

Por fim, a capacitação contínua dos colaboradores garante que as políticas sejam compreendidas e aplicadas de forma correta. Em um cenário regulatório cada vez mais complexo, manter a equipe informada é essencial para evitar falhas e penalidades. Por isso Rodrigo Balassiano ressalta que o compliance ambiental, aliado à custódia eficaz, não apenas previne sanções legais, mas também fortalece a imagem institucional e o compromisso real com o meio ambiente.

Sustentabilidade exige controle e transparência

Proteger ativos sustentáveis requer mais do que boas intenções, exige processos robustos, tecnologias confiáveis e práticas de governança alinhadas aos princípios ESG. A custódia física e digital, associada a um compliance ambiental rigoroso, constitui a base para garantir que esses ativos cumpram seu papel ecológico e social. Nesse caminho, investir em segurança da informação, capacitação e gestão transparente é um diferencial competitivo e uma necessidade ética. Afinal, a integridade ambiental é um compromisso com o futuro.

Autor: Oleg Vasilenko