Politica

Conflito Eleitoral: Malafaia Ataca Marçal e Busca Afastar Evangélicos

A disputa eleitoral em São Paulo se intensifica com as críticas do pastor Silas Malafaia ao candidato Pablo Marçal (PRTB). Malafaia, uma figura proeminente entre os evangélicos, acusa Marçal de oportunismo e falta de comprometimento religioso, especialmente após sua participação em um ato bolsonarista no dia 7 de setembro. O pastor apela aos seus seguidores para que não votem em Marçal, embora ainda não tenha declarado apoio ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A participação de Marçal no evento gerou descontentamento entre líderes bolsonaristas, especialmente após seu atraso e a reclamação de não ter conseguido subir no trio elétrico onde estava Jair Bolsonaro. Malafaia, em resposta, criticou Marçal por tentar se colocar como vítima e insinuou que seu atraso foi uma estratégia para evitar confrontos com o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Em um vídeo direcionado aos seus seguidores, Malafaia afirmou que Marçal “não é digno” dos votos da direita e dos evangélicos, alegando que ele mente e engana para obter vantagens políticas. O pastor, que lidera a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, questionou a autenticidade da fé de Marçal, que se autodenomina cristão, mas não está vinculado a nenhuma igreja específica.

Por outro lado, Marçal defendeu-se das acusações, desafiando Malafaia para uma “live” e afirmando que o pastor age como Eliabe, irmão de Davi, tentando desmoralizá-lo. Ele também declarou que sua única preocupação é com Deus e não com figuras políticas como Alexandre de Moraes, a quem criticou por sua atuação.

A disputa entre Marçal e Nunes pelo voto evangélico se torna cada vez mais acirrada. Recentemente, pesquisas indicam que Marçal possui 29% das intenções de voto entre os evangélicos, enquanto Nunes tem 27%, o que demonstra um empate técnico. Essa base eleitoral é crucial, pois os evangélicos representam uma parte significativa do eleitorado de Bolsonaro.

Nunes, por sua vez, mantém uma postura discreta em relação a Marçal, focando em fortalecer suas relações com as igrejas e pastores da cidade. Sua campanha busca se beneficiar da situação, já que as críticas de Malafaia podem ajudar a desmascarar Marçal sem que ele precise se envolver diretamente na disputa.

Após a divulgação do vídeo de Malafaia, Marçal participou de um evento com taxistas e minimizou a repercussão entre os evangélicos. Ele reafirmou que os eleitores evangélicos não são “gado” e que votarão com base em princípios. Além disso, acusou Malafaia de ser financiado por Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, que tem apoio do presidente Lula.

Malafaia, por sua vez, planeja continuar suas críticas a Marçal ao longo da semana, afirmando que seus vídeos têm sido bem recebidos entre os pastores de São Paulo. Ele ressaltou que a postura de Marçal desagradou a Bolsonaro e outras lideranças do ato, indicando que a disputa pelo eleitorado evangélico está longe de ser resolvida.

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